terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Jipe, o Díluvio e o Resgate

Esta foi uma daquelas aventuras inacreditáveis!
Tudo se passou num fim de tarde como qualquer outro, tirando o facto de que tinha começado a chover. Não era uma daquelas chuvas tropicais a que estamos habituados em África, apenas chovia "normalmente" como em Portugal.
Depois do nosso cafézito habitual ao fim da tarde, ficou combinada uma daquelas jantaradas maravilhosas para descontrair e dar um pézinho de dança. Posto isto, um dos nossos amigos despediu-se e disse que ia até casa para descansar um pouco para estar "fresco" para o jantar.
Cerca de 5 minutos depois, toca o télemovel da minha irmã. Até aqui tudo bem...
Qual não foi o nosso espanto quando descobrimos que era esse mesmo amigo que nos ligava a dizer que tinha tido um acidente e que o Jipe dele estava "inoperacional".
Estando ele sozinho, decidimos que iríamos em seu socorro.
Depois de muitas voltas para descobrirmos onde estava realmente o nosso amigo, lá o encontramos, mesmo em frente à casa do Presidente!
Mal parámos o carro, começou o verdadeiro díluvio, este sim, tipicamente africano!
Estacionámos o nosso pequeno carrito atrás do Jipe e assim começou a aventura.
Entre chamar o reboque, a chuva torrencial e o polícia que insistia em correr connosco dali para fora, estava instalado o caos! carrito atrás do Jipe e lá saimos para tentar entender o que se estava afinal a passar.
O reboque que insitia em não chegar. O polícia que não nos queria naquele local com medo de um ataque terrorista à casa do Presidente. E o díluvio que nos massacrava ao ponto de tornar a estrada num autêntico rio.
Finalmente chega o reboque! Combinámos então que o reboque deixaria o Jipe em casa do nosso amigo, enquanto o nosso trio seguia atrás do dito reboque, não fosse o condutor ter uma ideia qualquer estranha e nunca mais vermos o Jipe.

Tudo preparado, vamos lá!
Ou não... Obviamente que não seria assim tão simples! O nosso querido e velhinho carrito decidiu que não gostava de chuva e, portanto, não ia pegar!
Gera-se a confusão outra vez: o homem do reboque arranca sem olhar para trás sabe-se lá bem para onde.
O nosso amigo corre a gesticular frenéticamente atrás dele, numa tentativa de não ficar sem o carro. Os polícias acumulam-se à nossa volta numa gritaria para tirarmos dali o carro. E finalmente aparece um gajo sabe-se lá de onde, com uma bateria de um carro na mão a dizer que vai trocar a bateria do carro para resolver o problema.
Depois de muitas discussões lá convencemos os polícias e o nosso amigo da bateria a empurrarem o carro, que acabou por pegar.
Encharcadas, cansadas, sem forma de comunicação (uma vez que o telemóvel xpto da minha irmã tinha tanta qualidade, que deixou de funcionar com a primeira pinga de chuva que nele caiu) e sem luzes no carro (que entretanto também decidiram não nos iluminar o caminho), lá regressamos a casa, pela estrada ainda mais esburacada do que o costume, devido à nossa querida chuva.
E como se a aventura não bastasse, tal foi o nosso espanto quando entrámos em casa e esta se encontrava... inundada!
Mais uma horita a retirar baldes de água da casa e estamos prontos para uma grande noite!
Assim se vive em África, sem um dia de monotonia! ;)

Photos by: Daniela Morgado e Rita Assunção

2 comentários:

  1. oh pois foi! demais mesmo! tivemos umas parecidas agora, mais uma vez.. há fotos da casa inundada, onde andam?

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